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A Engie trabalha para entregar mais 2 GW em renováveis complementares em dois anos no Brasil, sendo dois projetos eólicos na Bahia e Rio Grande do Norte e um solar também em solo potiguar. Juntos, os ativos somam R$ 10 bilhões em investimentos da companhia, que possui atualmente 75 usinas renováveis entre 10 GW, correspondendo a mais de 6% da geração do país. As informações foram confirmadas pelo Country Manager da Engie Brasil, Maurício Bähr, após o primeiro painel de apresentações do Engie Day, que acontece nessa quarta-feira, 02 de agosto, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
“Percebemos o mercado aquecido à nível mundial, com muita capacidade renovável sendo produzida e os painéis solares sendo disputados, com muita coisa importada da China e a cadeia de suprimentos ainda apresentando desafios”, pontua o executivo, apesar de salientar que a companhia está conseguindo certa normalidade nos contratos.
Bähr destacou que a empresa planeja inaugurar 434 MW do parque Santo Agostinho (RN) ainda nesse mês de agosto, com a conclusão devendo acontecer até o fim do ano. Já Serra do Assuruá (BA) e Assu Sol (RN) estão com as obras começando, tendo a finalização prevista para os próximos dois anos. A meta global é alcançar 50 GW até 2025 e 80 GW até 2030, garimpando ainda projetos no pipeline brasileiro, que o executivo classifica ainda como não maduro e que conta com a avaliação de parques híbridos e o advento do hidrogênio verde. Já sobre a eólica offshore, o executivo pondera que o momento ainda é inicial e existe muito potencial ainda para desenvolvimento da fonte em terra.
“Estamos estimulando a capacidade fabril no Brasil, como de pás eólicas por exemplo, para que possamos, caso o país não absorve toda essa capacidade, que exporte esses componentes, numa oportunidade para as indústrias se instalarem no país”, pontua o dirigente, citando como trunfos a matriz renovável e energia barata no momento com os reservatórios a 85% dos níveis, além do desejo de construir novas máquinas no espaço dos reservatórios para que não se tenha que verter água quando a boa hidrologia passar.
Linhão em avaliação
Sobre o leilão de transmissão marcado para dezembro, Maurício vai na contramão do CEO da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, afirmando que a companhia está estudando uma eventual participação no linhão de corrente contínua presente no certame, vendo como fatores determinantes a capacidade de execução, viabilidade dos projetos, licenciamento ambiental, custo de investimento, fornecedores e cadeia de suprimentos.
“Quanto maior o projeto acaba levando a necessidade de fazer parcerias, mas ainda está muito prematuro para essa análise”, aponta, admitindo que uma divisão do projeto em novos lotes facilitaria o investimento. Vale lembrar que a Engie sagrou-se vencedora do lote 5 da competição de junho, tendo agora mais de mil km de linhas na fase final de contratação para as obras.